O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu, nesta terça-feira (10/6), a acusação do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, de que ele teria pressionado o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, por um relatório duro indicando as possibilidades de fraude nas eleições. Em interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-chefe do Planalto disse que apenas pediu um relatório imparcial sobre o processo eleitoral brasileiro.
“As Forças Armadas entraram na comissão. Pedi para fazerem relatório mais imparcial possível, que ele colocasse para que não tivesse a menor sombra de dúvidas. Não tinha prazo, ele entregou no tempo certo”, declarou Bolsonaro.
Segundo o delator, o ex-presidente estava focado em encontrar uma fraude nas urnas eletrônicas para provocar o caos social e convencer os comandantes das Forças Armadas a aderirem ao plano para reverter o resultado das eleições de 2022 — em que sua chapa com o general Walter Braga Netto, também réu na ação penal, saiu derrotada.
Cid disse no STF que Bolsonaro esperava encontrar uma fraude nas urnas para justificar uma intervenção militar no país. Por esse motivo, o ex-chefe do Executivo supostamente cobrava do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, um relatório duro indicando as possibilidades de fraude no pleito.
O ex-presidente negou ter pressionado aliados para a produção de um documento que atacasse as urnas. “Meu relacionamento com o ministro nunca foi sobre pressão, sobre autoritarismo. Nossa relação era até fraternal. Jamais eu pressionei nenhum ministro”, declarou.
Em 2022, Paulo Sérgio Nogueira enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um parecer técnico dizendo que não era possível afirmar que o sistema eletrônico era 100% confiável. Os militares faziam parte da comissão de transparência criada pela própria Corte para fiscalizar o pleito.
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