JUSTIÇA

Zambelli contrata famoso advogado italiano para evitar extradição

O advogado italiano Pieremilio Sammarco, professor de direito na Universidade de Bergamo, assumiu o caso. No Brasil, a defesa de Zambelli está a cargo do advogado Fabio Pagnozzi

Parlamentar foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica -  (crédito: Lula Marques/EBC)
Parlamentar foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica - (crédito: Lula Marques/EBC)

Foragida na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), na tentativa de impedir sua extradição ao Brasil, contratou o advogado italiano Pieremilio Sammarco, conforme informações da revista Veja. Professor de direito na Universidade de Bergamo, Sammarco é conhecido por ter atuado na defesa de figuras públicas no país, como o político Beppe Grillo.

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Zambelli é procurada pela Interpol e pode ser presa a qualquer momento pelas autoridades italianas. O governo italiano iniciou, na quinta-feira (12/6), a análise do pedido de extradição da parlamentar. O documento foi entregue pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do país europeu.

No Brasil, o advogado Fabio Pagnozzi é responsável pela defesa da parlamentar. Ao jornal O Globo, Pagnozzi afirmou neste sábado que Zambelli não quer ficar "escondida" e que "tem a vontade de se apresentar às autoridades italianas na semana que vem, depois que protocolado o recurso". Ele também mencionou que "existe um devido processo legal a ser cumprido antes de uma extradição. O acordo bilateral brasileiro com a Itália não é para todos os crimes, por exemplo".

Condenação e fuga para a Itália

A parlamentar foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Os integrantes do colegiado definiram 10 anos de prisão para a deputada, além da cassação, inelegibilidade e pagamento de multa.

Segundo a investigação da Polícia Federal, Zambelli e o hacker Walter Delgatti Netto teriam invadido seis sistemas do Judiciário por 13 vezes. Eles inseriram 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra Moraes e ordens para quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do magistrado.

No início do mês, Zambelli anunciou que estava nos Estados Unidos e seguiria para a Itália, onde seria “intocável” por ter cidadania. De acordo com a Polícia Federal, ela saiu do Brasil pela fronteira terrestre com a Argentina em 25 de maio, por meio de Foz do Iguaçu (PR).

Após deixar o Brasil, parlamentar teve pedido de prisão determinado por Moraes por fugir do país depois da condenação, além de ter o nome incluído na difusão vermelha da Interpol. Os dados dela estão disponíveis para as polícias dos 196 países-membros da organização. Ela afirmou que irá se entregar às autoridades italianas.

postado em 14/06/2025 18:00
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