
A Espanha tinha tudo para ter um domingo perfeito, como foi em 14 de julho de 2024. Trezentos e trinta dias atrás, o país celebrou o tetracampeonato na Eurocopa, combinada o bi do tenista Carlos Alcaraz no sagrado gramado de Wimbledon. Hoje, o fenômeno das quadras fez a parte dele em Roland Garros e até inspirou os compatriotas, que assistiram a trechos da final do Grand Slam durante o reconhecimento do gramado, mas não suficientemente para desbancar Portugal na decisão da Liga das Nações da Uefa. A Allianz Arena que coroou o Paris Saint-Germain com a taça da Champions League brindou os lusitanos com a vitória por 5 x 3 nos pênaltis, após o empate por 2 x 2 no tempo regulamentar.
Portugal se tornou o primeiro país a faturar o título da Liga das Nações duas vezes. A conquista só foi possível graças à intervenção de Cristiano Ronaldo. Foi dele o gol que decretou o empate e levou a partida para os pênaltis. A bola na rede foi a primeira dele em finais pelo país. Antes, Zubimendi e Oyarzabal marcaram para os espanhóis, e Nuno Mendes para os boleiros da Terra de Camões. O astro eleito cinco vezes o melhor do mundo, inclusive, não participou das cobranças, pois deixou o gramado antes do fim do tempo regulamentar, com sinais de desgaste.
Líder pentacampeão da Champions League por Real Madrid e Manchester United e Cristiano Ronaldo reviveu um drama em Munique. Não bastasse estar no banco durante as cobranças de pênaltis, o astro sequer conseguiu assisti-las. Apreensivo, escondeu-se atrás de companheiros, tamanha ansiedade. O cenário foi semelhante ao da decisão da Euro-2016 contra a França. Naquele ano, CR7 foi substituído devido a uma lesão no primeiro tempo e assistiu da beira do gramado ao desfecho feliz com gol de Eder na prorrogação contra a França.
Cristiano Ronaldo chegou a três troféus de grande relevância por Portugal. A 367 dias da abertura da Copa do Mundo de 2026, o gajo busca se igualar ao rival Lionel Messi. O argentino orquestrou os hermanos aos títulos do Mundial de 2022 no Catar, das Copas Américas de 2024 e 2021, além da Finalíssima de 2022, contra a Itália. O brasileiro Neymar corre por fora. O Menino da Vila tem no currículo pela Seleção principal a extinta Copas das Confederações (2013). Há quem considere o ouro obtido nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 a maior conquista do camisa 10 pelo Brasil.
"Somos uma seleção, somos um povo. Nosso povo é pequeno, mas tem uma ambição enorme. Vivi em muitos países, joguei em muitos clubes e por isso estou muito orgulhoso do que conquistamos. Ser campeão desta geração é um orgulhoso imenso", discursou CR7 à beira do gramado.
Cristiano Ronaldo também persegue um feito pessoal. Neste domingo, chegou ao quarto gol em quatro jogos e aumentou as chances de alcançar a marca do milésimo. Nas contas dele, são 938 anotados durante a carreira. Ou seja, faltam 62.
Portugal e Cristiano Ronaldo encerram a hegemonia da Espanha na Europa. Os campeões do mundo em 2010 buscavam a terceira temporada seguida com títulos. Embora tenha perdido o título, La Roja mantém a invencibilidade 20 partidas devido ao empate no tempo regulamentar.