
Uma noite memorável sobre a trajetória de um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro. Foi assim a apresentação para convidados do musical Chatô & os Diários Associados: 100 anos de paixão, na sala Teatro Planalto do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Em duas horas e vinte minutos, os 20 versáteis artistas do espetáculo, capitaneado pelo premiado Stepan Nercessian, no papel de Assis Chateaubriand, emocionaram o público.
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Dirigido por Tadeu Aguiar, o espetáculo é uma verdadeira viagem no tempo, em que a trajetória do visionário Chatô e dos 100 anos dos Diários Associados é contada e cantada em clássicos da música popular brasileira, nas vozes de Jamelão, Carmem Miranda e Elizeth Cardoso, entre as estrelas do cancioneiro.
O espetáculo foi apresentado pela primeira vez em Brasília, nessa terça-feira (10/6), em uma sessão exclusiva, que reuniu autoridades políticas locais, além de representantes do Poder Judiciário e do setor produtivo. A importância de Assis Chateaubriand para Brasília, para a imprensa e a cultura no Brasil foi enaltecida por todos aqueles que estiveram presentes.
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), marcou presença e destacou o papel de Chatô para a imprensa brasileira. "Li a biografia dele por duas vezes", confessou. "É polêmica e encantadora por tudo que ele fez. A história dele engrandeceu a comunicação no Brasil", disse o chefe do Executivo. "Ele era um grande empreendedor e fez com que a comunicação evoluísse, principalmente em períodos difíceis como a ditadura. Ele utilizava da sua força política e jornalística para que cobrasse dos empresários a doação para cultura do país", recordou.
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O presidente do Correio, Guilherme Machado, ressaltou a importância de comemorar os 100 anos dos Diários Associados. "O Correio Braziliense é uma das empresas que fazem parte, então, nada mais justo do que fazer uma grande comemoração, misturando a história dos Diários Associados com a história do grande personagem, que foi o fundador do nosso grupo, que é o Chateaubriand", observou. "Foi um empreendedor extraordinário e que deixou um legado imenso para o nosso país. Sem dúvida nenhuma, o Chateaubriand foi o grande nome na história da imprensa brasileira", opinou.
José Aparecido Freire, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), pontuou que Brasília tem 65 anos e que Chatô fez parte dessa história desde o início. "É muito importante mostrar a história do DF para o setor empresarial e para a população, de modo geral. Temos sempre que estar preservando a história da capital e das pessoas que a construíram", comentou.
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Símbolo
Uma exposição montada na entrada do teatro, com a curadoria de Cilene Vieira, gerente do Centro de Documentação do Correio (Cedoc), apresenta imagens marcantes da história de Chatô e do Correio Braziliense, como a fundação do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a inauguração de Brasília e as capas premiadas do Correio nestes 65 anos de vida.
O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, disse que foi uma honra para Brasília receber os artistas e as pessoas que estão celebrando "a história da comunicação local". Ele ressaltou que o jornal foi e tem sido fundamental para o registro dos grandes momentos da cidade. "Não só da Constituição do Estado Brasileiro aqui na nova capital, mas de todo o desenvolvimento de uma cidade plural e diversa", observou. "É sempre bom que, com a cultura, a gente consiga retomar a importância das instituições e das pessoas que trabalham pela nossa cidade", acrescentou.
Paulo Castelo Branco, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF), afirmou que Chateaubriand é um símbolo para a cidade. "Temos que valorizar pessoas como essas, que fizeram Brasília antes mesmo de sua construção. Ele foi um homem muito importante, não só para a história da imprensa brasileira, mas também para a da nossa cultura", avaliou.
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Construção da informação
O empresário e ex-governador de Brasília, Paulo Octávio, foi uma das personalidades que prestigiaram a sessão exclusiva do espetáculo. "Para mim, é emocionante, porque eu tive o privilégio de ler o livro do Chatô. Acompanhei toda aquela história, a vida dele é impressionante", elogiou. "Ele tem uma capacidade de trabalho, uma sagacidade, uma inteligência fulgurante e construiu o maior grupo de imprensa do nosso país", completou
Reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves aproveitou o momento para destacar a importância do trabalho da imprensa para o campo científico e para a democracia. "Falar de memória do Brasil é falar da história da imprensa no país e dos Diários Associados, que foram fundamentais para a construção da informação de qualidade que o país tanto precisa", declarou.
O ex-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), desembargador Cruz Macedo, lembrou quando Chatô disse que, se a capital do país fosse transferida para Brasília, ele criaria um jornal. "E foi assim que aconteceu, logo no primeiro dia. Além da área profissional, ele foi muito importante na questão política, para a história do Brasil, algo que não é muito conhecido", recordou.
Também marcaram presença na sessão o vice-presidente comercial e institucional do Correio, André Lamounier; o senador da República Izalci Lucas (PL-DF); os deputados distritais Chico Vigilante (PT), Fábio Félix (PSol) e Paula Belmonte (Cidadania); o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar; o desembargador e 1º vice-presidente do TJDFT, Roberval Belinatti; o presidente da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), Luís Antônio Almeida Reis; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta; o diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa; e Adirson Vasconcelos, jornalista que escreveu para a primeira edição do Correio Braziliense.
Sessão para o público
A peça estará em cartaz nesta quarta-feira (11/6), também no Ulysses Guimarães, com sessões abertas ao público, às 16h e às 20h. Os ingressos podem ser adquiridos por meio da plataforma Ingresso Digital, a partir de R$ 80 (meia-entrada). A classificação indicativa é de 10 anos.
Fora do palco
Além do espetáculo teatral, a exposição Assis Chateaubriand — Quem não ousa, não vence, está em cartaz no Centro de Convenções Ulysses Guimarães para acompanhar o musical, nesta terça (10/6) e quarta-feira (11/6).
Em um conjunto de 20 painéis, a mostra acompanha vários aspectos da vida de Assis Chateaubriand, com uma linha do tempo e ênfase, sobretudo, nas diversas campanhas realizadas em nome do desenvolvimento brasileiro.
Elenco recheado
Dirigida por Tadeu Aguiar, o espetáculo Chatô & os Diários Associados — 100 anos de Paixão, escrita por Fernando Morais e Eduardo Bakr, tem em seu elenco grandes nomes como Stepan Nercessian, Claudio Lins, Patrícia França e Sylvia Massari.